Redemocratização Brasileira: João Baptista Figueiredo (1979 – 1985)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

João Baptista Figueiredo (1979 – 1985)

Com o crescimento da oposição nas eleições de 1978, o processo de abertura política ganhou força. Em 15 de março de 1979, João Baptista Figueiredo assume a presidência e teve a difícil tarefa de garantir a transição do regime ditatorial para a democracia. Enviou em 27 de junho de 1979 um projeto de anistia ao Congresso Nacional, e foi aprovado. Porém esta anistia não era ampla, pois não beneficiava os acusados de haver participado de ações armadas contra o regime, isso provocou protestos de líderes da oposição e do Comitê Brasileiro pela Anistia (criado em 1978). Em novembro foi aprovado um projeto restituindo o pluripartidarismo. Seu objetivo era acabar com a oposição e evitar que as eleições tivessem caráter plebiscitário. A Arena se transformou em PDS (Partido Democrático Social) dirigido por Sarney, o MDB se transformou em PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) que foi presidido por Ulysses Guimarães e outros partidos também ressurgiram como o PDT, PT e PP.

No final dos anos 70, o Brasil entrou numa recessão que teve como causa a inflação que subia cada vez mais e como conseqüência o desemprego, o aumento incontrolável dos preços dos gêneros alimentícios e a retração do consumo. Em agosto de 1981, havia 900 mil desempregados somente nas regiões metropolitanas e para agravar a situação, a economia mundial estava entrando em declínio, o que contribuiu para queda das exportações brasileiras e o aumento da dívida externa. Os problemas econômicos do país, embora afetassem todos os setores da sociedade, atingiam mais os trabalhadores, cujos salários estavam sendo corroídos pela inflação.

Os operários tinham consciência de seu poder de pressão, e em 1979 as greves mobilizaram cerca de 3 milhões de trabalhadores que lutavam por condições melhores, como o aumento de salário e a diminuição da jornada de trabalho. Essa iniciativa grevista partiu dos metalúrgicos
do ABC. Em 1980 eclodiram em cidades do interior de São Paulo essas greves e o governo recorreu ao uso de violência para sufocar esses movimentos. Mas apesar de os trabalhadores não conseguirem o que queriam, adquiriram um elevado nível de consciência política.

Em agosto de 1981 representantes dos sindicatos urbanos e rurais de todo o Brasil realizaram a 1ª Conferência das Classes Trabalhistas em São Paulo onde exigiram o direito à liberdade sindical e a organização política, o fim de todas as leis decretadas pelo regime militar, eleições para presidente da República e suspensão do FMI. Em 1984, a chamada “marcha dos desesperados” exigia medidas urgentes do governo federal.

Pacato Cidadão - Skank

Nenhum comentário:

Postar um comentário