Redemocratização Brasileira: Abertura Política ( 1978-79)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Abertura Política ( 1978-79)

O processo de abertura política iniciou-se durante o governo do General Ernesto Geisel. Segundo ele seria um processo “lento gradual e seguro”. Essa abertura política deu-se por diversos fatores:

• Esgotamento do Milagre: não era mais possível sustentar as taxas de crescimento do PIB em 10% ao ano, comprometendo o sucesso dos governos militares na área econômica;

• A grande crise do Petróleo: piorou a crise econômica que se anunciava, já que o Brasil era dependente de mais de 80% do Petróleo que consumia;

• Insatisfação e desgaste dos governos militares: mais de 10 anos de governo militar e vitória do partido MDB.

Em 1977, Geisel fez mudanças na legislação eleitoral. Lançou o “Pacote de Abril”: conjunto de leis que estabeleceu a nomeação de senadores biônicos para o congresso, ou seja, um terço dos senadores seria nomeado pelo governo, garantindo assim a vitoria de João Baptista Figueiredo nas eleições seguintes. Contudo, a desmontagem do aparelho repressor foi iniciada. Em 1978, Geisel anistiou os exilados políticos, afrouxou a Lei de Segurança Nacional e em 1979 revogou o AI-5.

Na classe operária as greves de 1978 e 1979 no ABC e em outros estados foram reprimidas com violência. As reivindicações dos trabalhadores partiam de além de questões salariais, direitos, alterações na legislação trabalhista e sindical e participação democrática na sociedade.



“Quando foi em 1980, no começo do ano a gente intensificou o trabalho na porta de fábrica. Intensificou: era pau a pau. Eu ia para a porta de fábrica de manhã, de tarde e de noite. E aí, quando chegou a hora, nós fizemos uma greve ainda maior que a de 1979.
Fui preso com 17 dias de greve. A greve continuou mais 25 e o pessoal voltou para trabalhar. Porque na cabeça dos companheiros, passava o seguinte: “Nós agüentamos 500 dias de greve...” Eles não tinham dimensão de que é muito difícil o trabalhador ficar 40 dias sem receber salário. Só quando ele está desempregado. Tem compromissos, conta de luz, conta de água, despesas. Então, foi importante a categoria ter feito os 41 dias de greve. Por quê? Por que ela aprendeu uma grande lição comparando com a experiência da greve de 79.”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de honra do Partido dos Trabalhadores e conselheiro do Instituto Cidadania.

FONTE: Site da Fundação Perceu Abramo


Acorde Brasil - Julinho Marassi e Gutemberg

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